domingo, 24 de abril de 2011

Resumo de Dom Casmurro... Compartilhando.


DOM CASMURRO DE MACHADO DE ASSIS
 Ao discorrer a leitura da obra de Machado de Assis, pude assimilar alguns traços incertos no romance. O narrador-personagem Bento o Bentinho chamado de Dom Casmurro por seu jeito calado e contido consigo mesmo transmite o seu próprio romance em um constante clima de incertezas e ambigüidades onde jamais será desvendada por leitor algum, mas que cabe apenas ao autor, a verdadeira e exata revelação, o fato é que prende-nos na trama do começo ao fim, relatando seus anseios, dúvidas, ciúmes e acontecimentos de um personagem tão marcante.

 Os personagens que retratam o seguinte romance são compostos por Bentinho órfão de pai e criado por sua mãe D. Glória, rodeados de alguns familiares e de um agregado que era como se fosse da família José Dias... Mesmo assumindo a autoridade da família, após a morte do pai de bentinho o agregado José Dias sabia se portar com elegância se mantinha bem cuidadoso, não se ensoberbeceu com o posto ou com a sua boa condição dentro daquela família sabia respeitar seus limites e sempre agia de forma coerente sem abusar do poder que exercia tudo com a graça de todos pois segundo o narrador este tinha o dom de se fazer aceito e necessário e davam falta dele como se fosse da própria família. Ele sabia dar suas opiniões sem esquecer de que era um agregado.

Bentinho cresceu com uma grande amizade com uma vizinha chamada Capitu e certo dia ao ouvir uma conversa do seu agregado com sua mãe descobre o quanto gostava ou amava a sua amiga de infância e que o amor é recíproco, desde aí inicia o seu namoro com Capitu. O livro foi escrito segundo Bentinho para restaurar as lembranças vividas e principalmente para entender o que aconteceu com ele e Capitu, pois seu fim era restaurar na velhice a adolescência.

 Capitu filha de Pádua que era um empregado em repartição do Ministério da Guerra, não ganhava muito, mas gastava pouco e a vida era barata.  Enquanto a família de bentinho eram donos de fazendolas, escravos, prédios e apólices no qual o narrador descreve.

As diferenças de personalidade entre eles eram visíveis enquanto Capitu era esperta e ágil sabia dissimular em determinadas situações em suas palavras, atitudes, com muitas curiosidades e com muitas idéias atrevidas, aos quatorze anos era uma mulher feita em todos os aspectos mui particular era mulher, muito, mas do que Bentinho era homem e com suas curiosidades de várias espécies explicáveis inexplicáveis úteis como inúteis gostava de saber tudo.

 Já Bentinho era tímido medroso não se atrevia a fazer o que realmente gostaria ou o que vinha a mente, emotivo não sabia disfarçar os seus sentimentos de amor, dor ou tristeza e  com seu jeito menino era chamado de criança e não demonstrava atitudes vivia no mundo da lua. Enquanto bentinho ficava a pensar sem muita atitude ou idéias Capitu era o oposto.

 Devido uma promessa feita por sua mãe Bentinho foi remetido a ser seminarista, lá conheceu alguém especial que se tornara seu melhor amigo chamado Escobar que mais tarde casou-se com uma amiga de Capitu. Bentinho conseguiu convencer a sua mãe a custear os estudos de outra pessoa em Seu lugar, (um escravo) ficando isento da promessa e livre para casar-se com a sua amada. Ele abandonou o seminário se formou em direito, e constituiu a família que tanto batalhara e sonhara. Tudo ia muito bem até ocorrer uma tragédia com seu amigo Escobar que morrera afogado... Bentinho agora percebe no enterro do amigo que Capitu fica tão abalada, com uma tristeza enorme e indevida a ponto de desconfiar dos dois... Ele observa o olhar da sua mulher e percebe o mesmo olhar de quando eles se beijaram pela primeira vez... Olhos de cigana oblíqua e dissimulada. Remeti-nos a imaginar um olhar profundo com ar de quem busca esconder a verdadeira identidade ou que transmite uma profunda curiosidade, seja lá o que for só Capitu talvez pudesse revelar com alguma verdade... O olhar dissimulado que transparece algo que não é ou que engana com muita rapidez e facilidade... Conseguindo passar ou arrastar de vez a ilusão de quem os olhas... O fato é que Capitu é apenas observada por quem está de fora, no caso o narrador e não lhes é dado o direito de defesa para uma explicação do que realmente queria dizer... ’’Aquele olhar’’.

  O adultério paira nesse romance como uma incógnita, já que é apresentada uma série de provas e contraprovas sobre a traição de Capitu. É estranho só após a morte de Escobar, para que Bentinho viesse a enxergar as semelhanças de seu filho Ezequiel com o defunto, ou não seria seu olhar taxativo e suas imaginações absurdas que o fizeram-lhe cegos as verdadeiras realidades do que ele via...E mesmo se fosse parecido isso não comprovaria nada , ou naquela época não poderia nascer pessoas com semelhanças sem ter nenhum grau de parentesco, quem sabe de tanto conviverem um na casa do outro Ezequiel se parecesse apenas no jeito de ser, adquirido pela a convivência...Hoje é natural que pessoas adotem crianças e devido a convivência se tornam tão parecidos a ponto de parecer filhos verdadeiramente biológicos.
Mas Bentinho perdeu totalmente o controle diante do que ele próprio se diz ver, começa agora juntar um quebra cabeças onde sempre faltam peças e principalmente as que podem completar a suspeita, lembranças vieram átona e se tornaram nada, com isso não conseguiu continuar vivendo com perguntas e pior sem respostas, perdendo o controle e tentando realizar uma destruição da sua própria vida e até das pessoas que, mas amara, no entanto não conseguiu chegando ao ponto de sua separação, sem muitas justificativas, sem direito de defesa por parte de Capitu, apenas pelo que ele decidiu acreditar e se recusou a ignorar, o que poderia ser uma grande coincidência do destino.
 A história de amor transforma-se em suspeitas, o ciúme faz de Bento Santiago um homem cruel e perverso, insensível, pois viver a vida já não era possível ele apenas sobrevivia sufocado pelas suas conclusões. E após a separação do casal, passados alguns anos Ezequiel retorna a ver seu ‘’pai’’Bentinho ainda era o mesmo amargo sem recusas não abria mão do ódio, desejava a morte daquele que o olhava com ternura, e com frieza, descreve a morte de Capitu... Daquela que foi a sua grande e única paixão desde sua adolescência e de toda sua vida de forma rápida, bem direto sem muitos detalhes, demonstrando grande desprezo, como se não tivesse falando daquela mulher da qual tanto a amava desde sempre... A mãe, - creio que ainda não disse que estava morta e enterrada assim falava de Capitu.

Bentinho tinha ciúmes de tudo e de todos era cheio de imaginação e de qualquer palavra que ouvisse poderia remeter em uma longa história de amor entre sua amada, demonstrava possessivo e não admitia as coincidências e casualidades ou que uma mulher possa ser fiel tendo seu jeito extrovertido risonho, quanto era o jeito de Capitu.
Por esses requisitos de tantas incertezas a obra de Machado de Assis de Dom Casmurro é tão famosa, pois fica a cabo de cada leitor tomar a sua decisão de ler e interpretar, buscar evidências que possa culpar ou inocentar Capitu.
Trazendo para os dias atuais existem pessoas que vivem como Bentinho, é deixado levar-se pelas emoções, esquecem a razão de tudo, perdem o controle e vivem mergulhados em passados fantasiosos e cheios de incertezas tomando até decisões precipitadas, podendo perder o melhor da vida... Sem conseguir desprender-se do passado, assim sobrevivem amargos presentes.


 Lídia Franklim.
Curso Técnico em Administração.

Um comentário:

  1. Ola!! Pois é, Don Casmurro é uma das grandes obras de nossa Literatura e uma das minhas favoritas!!

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